O ano do fogo
No final do ano passado fizemos um texto bastante polêmico.
Qual o Orixá que irá reger 2017?
Como mencionamos naquele texto, no Núcleo Mata Verde não nos preocupamos muito com esta questão, pois acreditamos que todos os Orixás estão sempre presentes em nossa vida.
Resolvemos apresentar aos leitores uma faceta do estudo das sete vibrações primordiais relacionadas aos números.
Os sete reinos sagrados e suas vibrações é a base “filosófica” de toda doutrina seguida pelo Núcleo Mata Verde.
Neste Blog e nas páginas do site do Núcleo Mata Verde ( www.mataverde.org ) vocês poderão encontrar vários artigos sobre o sete reinos, inclusive um módulo de ensino a distância que atualmente conta com 14 cursos diferentes sobre a doutrina umbandista seguida pelo Núcleo Mata Verde ( www.ead.mataverde.org )
Durante o desenvolvimento das ideias fizemos a correlação entre as vibrações primordiais e os orixás regentes de cada um dos reinos, assunto que é estudado regularmente em nossos cursos.
Assim, podemos identificar, da mesma forma que identificamos uma vibração primordial que será mais intensa durante o ano, um orixá regente do ano.
Ocorre que já sabíamos das preferências e dos métodos utilizados normalmente nestas previsões.
Oxóssi e Oxum são os orixás preferidos pela grande maioria dos estudiosos que apressadamente fizeram sua escolha, escolha que se identifica com o critério astrológico dos planetas regentes.
Pela regra tradicional, o planeta vênus seria o planeta regente deste ano. Eu disse seria, mas não é.
Para determinar o Planeta Regente do Ano, o método tradicional segue a seguinte ordem: Sol, Vênus, Mercúrio, Lua, Saturno, Júpiter e Marte.
Na analise apressada o ano passado foi regido pelo Sol, então este ano seria de Vênus, mas existe outro critério astrológico que fala do ciclo dos 36 anos, que se encerrou em 2016 e por este critério o primeiro ano deste novo ciclo é regido pelo planeta regente do ciclo – Saturno e não por Vênus.
Este método do ciclo dos 36 anos utiliza a estrela de sete pontas e os sete planetas, que não iremos detalhar neste texto.
Verifiquem na imagem abaixo a sequência dos ciclos e planetas.
Mas voltemos a questão da numerologia sagrada e o regente do ano.
Pelos cálculos o número regente deste ano é o número 1, que se identifica com o primeiro Reino, que é o Reino do Fogo, força Tatá Pyatã, e tem como regente OGUM.
A divulgação de OGUM como regente do ano de 2017 gerou polêmica, pois como mencionamos acima, a maioria fala somente em Oxossi e Oxum, esquecendo até do planeta Saturno (Obaluaê).
Como este Blog é um local de estudos e este texto na realidade é um ensaio metafísico de divulgação doutrinária optamos por divulgar o texto aos leitores que acompanham nossos estudos,sem a pretensão de impor qualquer conceito.
Para nossa surpresa logo no inicio do ano ficamos chocados com as notícias estampadas nos jornais.
Violência nas penitenciarias de Manaus e Roraima, onde foram decapitados, esquartejados quase 91 presos.
Cenas terríveis de violência estampadas nos jornais, revistas, internet e televisões.
Sangue, facões, decapitações e muita violência.
NEM BEM O ANO COMEÇOU E JÁ MOSTROU SUA CARA.
A força Tatá Pyatã (Fogo) totalmente desequilibrada gerando atrocidades.
A violência e a decapitação dos presos rivais, nos fez lembrar de um mito de Ogum.
Deixo registrado abaixo o mito para a reflexão de todos.
Que Ogum nos proteja e ampare neste novo ano!
Que cada um tire suas conclusões.
Patakori Ogum! Ogunhe!
Mito de Ogum
Ogum decidiu, depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu filho. Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo.
Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo.
Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de vinho de palma.
Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvores onde não faltava a menção a Ògúnjajá, que vem da frase ògún je ajá (Ogum come cachorro), o que lhe valeu o nome de ògúnjá.
Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora.
Antes de desaparecer, entretanto, ele pronunciou algumas palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou.
São Vicente, 14/01/2017
Manoel Lopes