O significado do símbolo do Instituto Mata Verde

Instituto Mata Verde

Em Novembro de 2019 fundamos o Instituto Mata Verde, que ficou responsável pelo Núcleo de Estudos Espirituais Mata Verde – Templo de Umbanda.

Além de ser responsável pelo Terreiro de umbanda, o Instituto Mata Verde possui outros objetivos, conforme consta em seu estatuto, e que relaciono abaixo:

O Instituto Mata Verde tem por objeto e fins:

I – O estudo, a prática, o ensino e a difusão da religião da Umbanda em todos os seus aspectos, com base na doutrina dos Sete Reinos Sagrados;

II – A prática da caridade espiritual, moral e material, por todos os meios ao seu alcance, dentro dos princípios da Umbanda, desenvolvendo, para tanto, atividades nas áreas assistencial, cultural, filosófico, espiritual, beneficente e filantrópica;

III – Ações de difusão e ensino da doutrina dos Sete Reinos Sagrados por intermédio de cursos presenciais, semipresenciais e a distância (E.A.D.), palestras, livros, blogs, e-book, entre outros meios de comunicação.  

IV – Celebração litúrgica de casamento, com efeitos civis e batizados;

V – Ações de preservação e educação ambiental;

VI – Ações de difusão da cultura brasileira, afro e indígena.

VII – Ações que visem a promover a união entre os Templos Religiosos que se fundamentam na doutrina dos Sete Reinos Sagrados.

Parágrafo único. Os objetivos e finalidades do Instituto fundamentam-se na Doutrina Umbandista dos Sete Reinos Sagrados e nas obras que, seguindo seus princípios e diretrizes, lhe são complementares e subsidiárias.

Logo em seguida ao registro do Estatuto tive a preocupação de criar um novo símbolo para a nova instituição que estava nascendo.

Após pedir o auxílio da espiritualidade, dos mestres espirituais que são responsáveis pelo Instituto, e após ouvir várias sugestões de filhos carnais e espirituais, uma imagem veio muito intensa em minha mente. Segue abaixo:

Instituto Mata Verde

Confesso que o novo símbolo não causou uma boa impressão aos mais próximos.

Alguns me questionaram que nossa casa era um Terreiro de Umbanda e que deveria se limitar a usar símbolos conhecidos e utilizados em pontos riscados — como o antigo símbolo do Núcleo Mata Verde (adotei o ponto riscado do Caboclo Mata Verde).

Outros criticaram (críticas construtivas) que lembrava colunas gregas ou romanas e que não tinha identificação com a cultura indígena ou africana, e muito menos com a umbanda.

Fiquei um pouco preocupado com o símbolo adotado, um grande triangulo tendo ao seu meio o ponto riscado do Caboclo Mata Verde, apoiado sobre quatro colunas.

Embora no momento a dúvida tenha me deixado confuso, havia uma certeza interior que o símbolo era exatamente aquele e que a espiritualidade estava me inspirando naquele momento.

O tempo passou e as pessoas já se acostumaram com o símbolo do Instituto Mata Verde. A vida continuou…

Passado praticamente mais de um ano, hoje para minha surpresa a espiritualidade me mostrou o significado deste símbolo e a identificação dele com o Terreiro.

Peguei, por acaso, um livro que ganhei há alguns anos e que nunca tinha lido, embora tenha emprestado para alguns filhos do Terreiro, e para minha surpresa lá, em suas páginas, estava a descrição do símbolo adotado pelo Instituto Mata Verde.

O livro é “O Trovão e o Vento – Um caminho de evolução pelo xamanismo tupi-guarani” de Kaká Werá, uma pessoa iluminada e que admiro bastante.

Ao chegar ao capítulo — Os Cânticos que Educam os Ventos — que Kaká Werá inicia descrevendo da seguinte forma: Na língua tupi a palavra “ayvu” significa “ser” e também “sopro” ou vento. É uma designação para espírito.  Apresento aqui os cânticos imemoriais que foram ouvidos por antigas árvores, animais, rios e relevos no longo caminho do Peabiru…,ou seja, são cânticos da tradição tupi, milenares.

Ao chegar ao segundo cântico do Yvy tenondé (A primeira Terra) que transcrevo a seguir, tive uma surpresa muito grande:

Mboapy meme oi yva;

Yva ijyta irundy:

Yvyra’i py ijyta.

Yva ituí va’e yvytu py oayña

Imondovy Ñande Ru.

Segue a tradução:

Existem sete moradas sagradas.

O Céu descansa sobre quatro colunas:

Suas colunas são cetros sagrados.

O Céu que se estende com ventos

Foi empunhado por nosso Pai.

Ao ler este “verso” tive a sensação que estava lendo a descrição do símbolo do Instituto Mata Verde.

Diz o cântico: “Existem sete moradas sagradas”  o Núcleo Mata Verde é uma escola iniciática da Doutrina dos Sete Reinos Sagrados, a base da doutrina é exatamente a existência de sete reinos, sete hierarquias ou sete  moradas sagradas.

Na parte superior do símbolo, existe um triângulo com uma ponta apontada para cima (para o céu), este triângulo é chamado na doutrina dos sete reinos de triângulo do fogo (energia masculina).

É o triangulo ativo, representando as três vibrações ativas (os iniciados sabem quais são e quais suas propriedades), o fogo (o principio), o ar (os ventos) e as Matas (o conhecimento).

No meio do triângulo temos o ponto riscado do Caboclo Mata Verde, que é o responsável pelo Núcleo e pela apresentação da doutrina dos Sete Reinos Sagrados (Sete Moradas Sagradas).

Continuando o cântico: “O Céu descansa sobre quatro colunas: suas colunas são cetros sagrados”, no símbolo temos o grande triângulo do fogo, que tem em seu interior as sete moradas sagradas, sustentadas pelas quatro colunas, que são as quatro colunas apresentadas no cântico.

Ao ler o cântico é como se estivéssemos lendo o símbolo do Instituto Mata Verde.

Hoje fiquei um pouco mais feliz, em sentir esta aproximação do símbolo com a tradição milenar indígena.

Lembro que o Núcleo Mata Verde é uma casa de Caboclos, que tem toda sua nomenclatura interna em tupi e está sob a proteção de Pai Oxossi!

Saravá Caboclo Mata Verde!

São Vicente, 11/12/2020

Manoel Lopes

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